Ontem à tarde tentei dormir uma sesta (a preparar-me para a grande noite de fim de ano), mas tenho de vos confessar...não foi possível! A razão deste impedimento?.....fogo de artifício. Na Holanda durante 363 dias é estritamente proibido vender/usar fogo de artifício...excepto nos dias 31 de Dezembro e 1 de Janeiro. Nestes 2 dias tenho a sensação de estar a viver numa zona de guerra...a faixa de Gaza comparada com a Holanda é um paraíso!!!! E independentemente de todos os anos, dezenas de automóveis e bosques arderem e de se perderem uns quantos olhos, mãos e pés esta tradição continua a ter milhões de seguidores! Usa-se todo o tipo de fogo de artifício desde os foguetes normais que quando usados de forma segura causam um efeito agradável à vista até às bombas que se usam para causar avalanches, que te deixam atordoado e quase a sangrar dos ouvidos. Estranhos costumes que estes holandeses têm ou melhor dizendo IRRITANTES!
Bom... ao ler essa descrição, de repente lembrei-me de uma zona que noutras situações dificilmente poderia ser comparada com a Holanda, a saber, a zona oriental de Lisboa.
ResponderEliminarPois é, pode parecer estranho mas considerando as recentes notícias que indicavam que a passagem de ano foi comemorada estridentemente ao som de armas de fogo, num exercício análogo a festejos tipo faixa de Gaza ou pela tua descrição tipo Holanda.
É incrível o efeito e a análise sociológica que no quadro da globalização se poderá promover: afinal o ser humano em toda as suas diferenças, não é assim tão singular, sendo que nos gestos mais primários, enfim mais próximos da barbárie, conseguimos ser estranhamente idênticos.
Ainda assim, apesar de formas algo bizarras utilizadas para manifestar o regozijo pelo novo ciclo que ora se inicia, resta desejar um excelente 2009.
Deseja-se um 2009 cheiro de utopias:
- Onde a paz não seja um valor imposto à força (isto não faz sentido, é contraditório).
- Onde a verdade e a consequência deixem de ser paragonas quer dos nossos líderes, como de todos nós e passem a ser valores de vida, assentes numa real praxis.
- Onde a dialéctica da vontade seja substituida pela praxis das acções.
- Onde a a igualdade fosse um facto, ao invés de ser somente uma palavra inscrita na Declaração dos Direitos do Homem há 60 anos.
- Onde os prejuízos causados pela ganância de uns não tivéssem que ser assumidos por aqueles que diariamente labutam pelo seu pão.
- Onde os interesses da política deixassem de se concentrar na política dos interesses, a menos que estes fossem a Comunidade.
- Onde a religião ou religação do Homem com Deus, não se faça sobre os cadáveres e a pobreza de alguns.
- Onde se entenda que o conceito de crescimento económico sustentável não colide com crescimento económico, antes pelo contrário garante que de forma ecológica e têmpera haja condições de crescimento não só agora (discurso ingrato para os gananciosos), mas a médio e a longo prazo.
- Onde a energia que se consuma não dependa dos combustíveis fósseis e dos conflitos que lhe estão inerentes (ex.: conflito do Golfo Pérsico), mas sim das fontes renováveis que estão à disposição de todos gratuitamente.
- Onde os homens consigam em detrimento do horizonte umbilical, olhar para além do horizonte celestial.
- Onde ao chegar ao termo deste ano, ninguém se sinta embaraçado por em jeito de balanço para trás olhar.
Paulo Bernardo e Sousa